quarta-feira, 17 de abril de 2024

28 anos de luta e resistência dos assentamentos em Rio Bonito do Iguaçu/PR

Por: Jéssica A. Follmann

Na força dos pulmões acostumados com a lida na terra, ecoa uma melodia de luta e resistência. Hoje, neste emblemático 17 de abril, celebramos mais do que um simples dia no calendário. É o dia da batalha contínua, da persistência incansável, da conquista que atravessa quase três décadas.
É a data em que trazemos a memória de um dos piores massacres contra o povo Sem Terra, quando 21 camponeses foram covardemente assassinados pela Polícia Militar do Pará, em Eldorado do Carajás. É também o aniversário de 28 anos da ocupação e consequente conquista dos Assentamentos Ireno Alves dos Santos e Marcos Freire, em Rio Bonito do Iguaçu/PR, que reverbera nos corações daqueles que lutam por justiça e dignidade. Ali ficou marcado o início da ocupação de uma vastidão de terras griladas, que mais tarde se tornaram no maior complexo da reforma agrária da América Latina.
Neste dia, honramos a coragem dos 12 mil camponeses e camponesas Sem Terra que com suas mãos calejadas desafiaram o maior latifúndio da Região Sul do Brasil, antiga Giacomet-Marodin, e reivindicaram o direito à terra. Cada sulco na terra é uma marca da resistência, cada broto que emerge, uma prova da força do povo unido pela conquista da tão sonhada Reforma Agrária.
Não foi apenas a conquista da terra, mas sim a conquista de uma vida digna, onde cada família camponesa pode cultivar suas esperanças e sonhos, onde cada criança pode crescer com a promessa de um futuro melhor. É a vitória da humanidade sobre a ganância, da solidariedade sobre o egoísmo, do amor sobre a opressão.
Mas sabemos que a luta não termina aqui. A chama da resistência continua a arder em nossos corações, nas bandeiras vermelhas que tremulam no horizonte, alimentada pela memória daqueles que lutaram antes de nós e pela esperança nos que estão por vir. É a promessa de uma continuidade, de passar o legado da resistência junto ao MST para as gerações futuras, para que nunca esqueçam que a dignidade de ser e viver da terra valem cada gota de suor e sangue derramado.
Portanto, neste dia de luta, renovamos nosso compromisso com a Reforma Agrária, fortalecemos nossos laços combativos junto ao MST e seguimos adiante. Pois enquanto houver injustiça, haverá aqueles dispostos a lutar por um mundo melhor. E hoje, mais do que nunca, celebramos a coragem daqueles camponeses e camponesas Sem Terra que tornaram possível o impossível. E nos inspiramos em sua bravura para continuar avançando, rumo a um amanhã mais justo e humano.
A luta pela terra para quem nela vive e trabalha continua. As ocupações que florescem neste abril demarcam que a Reforma Agrária é urgente e necessária para a nação livre e soberana que estamos construindo.

Lutar! Construir Reforma Agrária Popular





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