PROJETO
Em meio ao sopro da brisa árida
Das dores, da fome, do frio
incessante
Do autoritarismo vil, da
acumulação constante
Das panelas vazias e da pele
pálida.
Diante da mais triste sina
É lançada uma pequena semente
Pequena ante a dor que o povo
sente
Mas imensa no ideal a que se destina
Levanta-se a verdade, brotada do
chão
Contada de boca em boca,
crescente
Fecundando a terra, clareando as
mentes
Plantando o trigo e colhendo o
pão
Há um projeto para ti, Brasil
Não mais para te aviltar, matar
teu povo
Mas para te repartir, recriando-te
novo
Soerguendo as massas, com clamor
civil
Portanto, prepara-te Brasil,
levanta
Junta teus homens e mulheres,
acredita
Erga tua cabeça, e teu caminho,
dita
Pois que teu povo é forte e tua
natureza encanta
Daqui parte a nova marcha,
semente na mão
Desta vez do centro para
extremidade
Caminharemos com determinação e
vontade
E plantaremos luta, pra colher
Nação.
Luis
Fernando
NOSSA ESPERANÇA TEM
NOME DE LUTA
Cheguem, conheçam
Conspirem os oprimidos desta
terra
A quem só o lixo restou
Olhem no espelho do tempo
O que a miséria bordou
Mas... ei!
Eis que da folha seca
brotou vida
brotou luz!
Quem acredita, busca
Permeia, traz ou outros
Pra viver, pra sentir
Se emocionar, viver!
A terra fértil da esperança
Plantada
A terra-mãe agradecida
Estende em seus braços
Os frutos da vida
Cheguem, se unam, fortaleçam
Que os olhos da morte
Planejam choro
E tecem grades para nossos sonhos
E elas chegam tão perto
Que acreditam que fugiremos
Nos amedrontaremos
Que seremos como ratos
Jogados no rio podre
Mas se enganam
Estamos atentos, vigilantes
E as correntes que cultivamos
São feitas de solidariedade
Não se quebram na primeira grade
Nossa garganta tem uma multidão
Que grita e que canta
E que reconquista a terra
O nome, a liberdade...
Que ecoa no campo e na cidade
E joga semente
Onde quer que haja gente
Onde quer que haja fome
E a esperança tenha nome de luta.
Ana
Cláudia Pessôa
LEVANTADOS DO CHÃO
Como então? Desgarrados da terra?
Como assim? Levantados do chão?
Como embaixo dos pés uma terra
Como água escorrendo da mão
Como em sonho correr numa estrada
Deslizando no mesmo lugar
Como em sonho perder a passada
E no oco da terra tombar
Como então? Desgarrados da terra?
Como assim? Levantados do chão?
Ou na planta dos pés uma terra
Como água na palma da mão
Habitar uma lama sem fundo
Como em cama de pó se deitar
Num balanço de rede sem rede
Ver o mundo de pernas pro ar
Como assim? Levitante colono?
Pasto aéreo? Celeste curral?
Um rebanho nas nuvens? Mas como?
Boi alado? Alazão sideral?
Que esquisita lavoura! Mas como?
Um arado no espaço? Será?
Choverá que laranja? Que pomo?
Gomo? Sumo? Granizo? Maná?
Chico Buarque/Milton Nascimento
Te imaginamos assim:
Uma grande Nação,
Digna do teu tamanho,
Da riqueza material e cultural
que possuis.
Digna dos trabalhadores que
gerou.
Assim te pensamos porque te
construímos
E continuaremos a grande obra
Como o vento
Invisível mas pujante, forte,
arrasador
Confiantes nas veredas que
abrimos,
Assumiremos o comando do teu
destino
Do nosso destino
Seguiremos a marcha!
E quando esse dia chegar
Tu Brasil, te orgulharás dos
guerreiros
Que historicamente te cultivaram
Seguirás a trilha independente
E verás que teus filhos não mais
passam fome
Não mais são explorados
Nem reprimidos
Nem humilhados.
BRASIL
De cada palmo de terra
conquistada
Da organização de cada
assentamento
Do interior de cada escola
Da determinação de cada militante
De cada luta travada...
No campo ou na cidade
Na organização e formação do povo
Guiados pela mesma BANDEIRA
Do Brasil, dos Movimentos Sociais
e da Revolução
Construiremos o novo Projeto
Político
A nova aurora
A nova NAÇÃO!
(Adelar
Pizetta)
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